18 de setembro de 2017

Regresso ao Passado.

Dou por mim num pátio vazio e abandonado, vejo alguém sair de uma casa abandonada  caminhando em minha direcção como que eu ali não estivesse.

Passou ao lado como que eu fosse sombra, sentou-se num muro ali perto me olhando de soslaio como eu fosse fantasma, mas repentinamente rema num barco pelo pátio como que estivesse nas nuvens, olhei para o fundo do pátio e vejo a barraca de madeira que foi palco de minhas brincadeiras, jogar à escondidas e às escolinhas, saltar às fogueiras, coisas de menino. 

Repentinamente caminhava uma silhueta feminina por trás da barraca, as feições eram-me familiares mas não me recordava quem, trazia segurando uma bola nas mãos e jogou-a em minha direcção, defendi e devolvi com carinho de novo para suas mãos, interagiu de novo e trocámos a bola de novo, uma vez mais e outras mais estávamos jogando como que fossemos íntimos. 

O outro alguém apareceu de novo, olhava para nós como que querendo entrar no jogo de bola, passei a bola para ele e passou-a para mim, de mãos em mãos a bola girava como que fosse o nosso mundo no momento.

Mais um passe curto e a bola caiu pelo chão, passeia com o pé na direcção da silhueta feminina que me devolve com um forte pontapé e indefensável, não me joguei ao chão para defender e disse:

__ Em outros tempos tinha-me jogado ao chão e defenderia esta bola, nunca seria golo menina...

__ Mas quem é o senhor?

__ Em muitos anos atrás eu morei aqui, brinquei com alguém com suas parecenças que morava na última casa... 

__ Sim, era minha avó!

__ Uma grande senhora, meu primeiro amor de menino...
.
.
.



Repente acordo, tinha regressado ao passado como que o sonho fosse tão real quanto eu.

by mghorta




16 de setembro de 2017

Pedras!

Caminhar sem tropeçar começa por saberes evitar as pedras,
aquela pedras que encontramos no caminho,
basta somente nem olhar para elas,
as tentações são tantas de as visionar,
mas bastará a recordação de dores,
as dores do medo de voltar a magoar-nos,
será o suficiente de não as defrontar
recordar da ultima vez que tropeçamos nelas.

Corre veloz,

foge rápido,
o erro e o pecado estão debaixo delas,
ultrapassa-as olhando na frente,
deixa para trás o pensamento
de dores que elas te causaram.

by mghorta 


Estou perdido!

Era Uma Vez!

Talvez um dia possamos nos arrepender de algo que fizemos,
o arrependimento é um modo de mostrar que não tivemos medo,
medo de tentar mudar o curso de nossas vidas.

Daí se os acontecimentos não deram tão certos que pretendíamos,
a nossa vida segue, 
segue de forma mais amadurecida para tentarmos errar mais vezes,
as vezes  que for preciso para Aprender a viver.

Caso esperes de mim atitude de dúvida, 
fecha os olhos e não me culpes por isso,
compartilhar minhas Vivências estão na tua mão,
para isso basta querer e não ter dúvidas,
isso só afastaria nossa amizade
e restará uma lacuna de não ter
coragem para mostrar Arrependimento.

by mghorta


28 de julho de 2017

O Segredo!

Estamos equivocados,
nunca fomos iguais,
tu és teimosa e eu dócil...
O segredo é Penetrar,
há que adentrar-se
nas tuas insinuações
criando modo de te perder!
O segredo não é tentar ser iguais,
poetizando desistências,
tu desistes e eu Ardo. 

by mghorta 


26 de julho de 2017

A Montra ❕

Em tempos passas-te pela montra
Sonhaste em me teres
Pensaste que até seria possível
Pelo menos numa fase experimental
Parecia-te tão apetecível
Que mal conseguias ficar o olhar.

Entraste
Pediste para me veres
Viste mas ficaste triste
Afinal, não era o que pretendias.

Idealizavas algo diferente
Realizaste pelo menos o querer
Seria inalcançável o que viste
Ainda assim insististe no sonho
Talvez do faz de conta
Que gostarias de me ter na mão. 

Virá a altura certa
Um dia me devolverás
Voltarei à aquela montra
No entanto eu fiz-me trouxa.

Vou-me quedar pela montra
Talvez um dia voltarei a brilhar
Outra pessoa voltará a querer-me
Desta vez alguém real me queira levar. 

by mghorta




14 de julho de 2017

Pés de Barro!


Um dia disseram-me que tinha conteúdo, essência e matéria, idealismo no olhar e dois pés assente no chão.

No entanto cheguei à triste conclusão que era apenas um elogio que nada se identifica com quem eu sou na realidade, porque gosto de gente que ri, chora, emociona-se com uma simples mensagem, uma carta atrasada, uma sms ou até mesmo um telefonema.
Gosto de pessoas que se emocionam com uma canção suave, com um filme com final feliz, com um livro curto mas com leitura inteligível, com um carinho inesperado, com um abraço de afago e com um toque simples na sua pele.
Gosto de gente que fale de amor com a simplicidade de uma criança, gente que curta saudades de momentos passados, gente que goste de amigos simples, gente que cultive flores, gente que ame os animais, gente que admire paisagens verdes ou acastanhadas, gente que corra numa rua poeirenta e gente que saiba escutar seu interlocutor.
Gosto de gente que tenha tempo para sorrir com doçura, gente com bondade, gente que saiba perdoar, gente que reparta ternura sem querer troco, gente que compartilhe vivências.
Aquela gente que saiba dar espaços para ambas as emoções, aquelas que flui-em de modo simples e desinteresseiro.
Também gosto de gente que sabe gostar de aquilo que faz, gente que saiba cumprir seus compromissos tantos os complicados como os banais mesmo que sejam desgastantes os façam.
Gosto de gente que seja orientada, que entenda, que aconselhe, que queira as verdades, que queira aprender, que seja criança, que seja pobre, que seja analfabeto, que tenha o coração desocupado de tristezas, que não tenha ódio, não tenha preconceitos caros ou baratos, que tenha muito amor dentro de si, gente que mesmo que caia se levante, assimile as derrotas com um sorriso no lábios, que saiba sorrir perante as derrotas e saiba conter suas lágrimas e sofrimentos como provações.
Em suma, disseram-me tudo isso de mim, mas nada sou aquilo que descrevi acima, olhando tudo o escrevi e tudo aquilo que fiz, desde as vivências do passado e os momentos últimos, só me resta interiorizar e dizer que afinal apenas sou um simples pedaço de barro com pés prontos a tombar!

by mghorta

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